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Tutorial + Meu Relato de Sex Magick

  • Foto do escritor: Aurora Oliveira
    Aurora Oliveira
  • 14 de jan.
  • 4 min de leitura

Houve um tempo em minha vida em que os caminhos do desejo e da magia se entrelaçaram de forma quase inevitável, foi a algum tempo atrás (anos), cheia de anseios e inseguranças, mas também tomada por uma força que mal compreendia. Tudo o que eu queria era que aquela relação nascente florescesse, que o destino conspirasse a nosso favor e que o fogo do início nunca se apagasse, visto que eu estava saindo da pior relação que já entrei, onde fui descartado inúmeras vezes por alguém que era meu karma, que já vinha de várias e várias vidas se relacionando comigo, espero não encontra-lo na próxima.


Foi com esse desejo, puro e intenso, que decidi lançar mão de algo além do comum… Na época eu nem tinha dimensão do que eu estava fazendo realmente, eu sabia que aquilo poderia ser uma forma de Sex Magick mas não tinha compreensão realmente do que era.


A Preparação


Escolhi o fim de tarde como cenário, aquele momento em que o céu se despede do sol e o mundo mergulha em tons dourados e rubros. Era um horário mágico, onde o crepúsculo parecia abrir portais entre os mundos. Peguei três velas vermelhas, brilhantes como o céu flamejante, e um frasco de óleo essencial de canela, cuja fragrância carregava o calor de promessas e desejos, carisma, atração.


Preparei-me em silêncio, com o som distante do vento acariciando as folhas. Na luz suave e vibrante daquele entardecer, ungi as velas com o óleo, cada movimento carregado de intenção. O perfume da canela misturava-se ao ar morno, e em cada gesto, senti as palavras emergirem como um sussurro da alma:


“Chamas que dançam ao cair do sol, ouçam meu chamado,

Que este laço floresça sob vosso calor,

Que o destino teça em nós um vínculo eterno,

Que o desejo nos encontre em cada sombra,

E que nossas almas se reconheçam no silêncio e na loucura.

Que esta paixão seja chama viva, impossível de apagar.

Que quando essa vela for acessa, que (fulano) não tenha paz enquanto estiver longe do meu corpo, e se perca nas curvas do meu corpo não encontrando o caminho de volta”


Enquanto falava, senti o ar ao meu redor mudar um pouco. Era como se o espaço entre mim e o mundo invisível se tornasse mais tênue, e minha vontade ecoasse por entre véus invisíveis… Não dei muita atenção, na real eu achava que eu poderia estar fanficando todo o feeling.


O Ritual


Levei as velas para a casa dele. Não contei o que trazia comigo; não era necessário. A magia não precisa de explicações, apenas de presença.


Lembro-me daquela noite como se estivesse gravada na pedra do tempo. Na suíte, enquanto a água da pia refletia o brilho das velas, acendi uma delas. A chama parecia viva, como se dançasse em resposta ao que acontecia ali, ele estava encantado, acho que ele nunca havia acendido uma vela, parecia romântico, genuíno, único e mágico.


Havia algo diferente em mim naquela noite. Toda vergonha, todo medo, parecia ter sido dissolvido pela magia, eu que não tinha coragem de tomar banho com ninguém, naquela noite tive coragem com ele, completamente ousada , como se não fosse eu.

Nos conectamos como nunca antes, e foi como se nossas energias se misturassem, se fundissem, sob o olhar atento da vela acesa. O calor era quase palpável, uma força invisível que preenchia o ambiente, tivemos o ato ali mesmo naquela bancada da pia, foi intenso, a vela nos assistiu.


O Laço


Deixei as velas com ele, sem dizer muito. O poder delas parecia ficar ali, pairando entre nós. Sempre que estávamos juntos, a presença delas era quase um terceiro elemento na relação, algo que aprofundava ainda mais a intensidade do que compartilhávamos.


Por semanas, nosso vínculo foi um incêndio. Nossas noites se tornaram um labirinto de paixão e desejo, cada vez mais intensas, quase insuportáveis em sua força. Mas, como toda chama, também havia um custo. A intensidade começou a nos consumir, deixando-nos exaustos e vazios, como almas que dançaram muito tempo à beira do abismo, nosso ato estava cadente e exaustivo, durando de 5 a 10 horas… Sendo sincera, era até meio insalubre.


A Escolha


Foi então que percebi que, embora o fogo que criamos fosse belo, ele não era sustentável. Ele nos aquecia, mas também nos consumia. Eu sabia que o destino que conjurei não era aquele que eu realmente precisava. E, com o mesmo coração que conjurou, escolhi me libertar e rompi nosso laço.


Magia é uma faca de dois gumes, capaz de criar laços que desafiam o tempo, mas também de cobrar um preço alto para aqueles que brincam com suas chamas. Quando evocamos forças maiores, precisamos estar preparados para enfrentar as sombras que elas trazem consigo.


Se você deseja trilhar este caminho, faça-o com consciência, com clareza e com respeito pelas energias que convoca. Pois o que criamos no mundo invisível sempre encontra uma forma de se manifestar.


Que sua magia seja forte, e seu coração, mais forte ainda.



 
 

O que seria do mago se não queimasse os próprios dedos?

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