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Minha Primeira Experiência com Babalon

  • Foto do escritor: Aurora Oliveira
    Aurora Oliveira
  • 14 de abr.
  • 2 min de leitura

Era quase meia-noite, aquela hora em que o tempo parece suspenso, quando o mundo físico se esvazia e o sutil se aproxima.

Eu fazia parte de um grupo feminino devoto ao sagrado e ao sinistro feminino, uma seita moderna chamada Rubra Ígnea. Tenho uma gratidão profunda por esse grupo; foi um portal, um start poderoso no meu caminho mágico.


Naquela noite, nossa primeira evocação a Babalon aconteceria.

E, como boas filhas do século XXI, ela foi feita via Google Meet. Obrigada, tecnologia. O sagrado também flui pelos cabos de fibra ótica.

Enquanto nos conectávamos, meu gato — no cio e em looping felino — miava sem parar, cruzando o quarto como um ritualista enlouquecido. Mas assim que iniciamos a evocação, ele simplesmente subiu na cama, se acomodou… e desmaiou em um sono profundo. O silêncio caiu pesado. Três vezes, chuveiro e torneiras se abriram sozinhos, como se algum véu invisível tivesse sido tocado. Um ar morno, envolvente, começou a tomar o ambiente. E com ele, uma atmosfera dourada, densa, quase palpável.

Naquele instante, ofereci a Babalon meu pequeno tesouro emocional: um colar de ouro, 90% puro, herança afetiva que simbolizava tudo o que eu havia guardado de mais íntimo até ali. E foi como se ela aceitasse — e me selasse.


No dia seguinte, saí à rua. O mundo parecia diferente… ou eu estava diferente. Multidões de homens, literalmente, paravam para me ver passar. Alguns se reuniam atrás de grades e portas de vidro, estáticos, como se tivessem visto uma visão. Eu me sentia dourada, como um raio de sol encarnado em carne e osso. Foi estranho e deliciosamente inquietante. Era como se a presença dela ainda vibrasse em mim — e talvez vibrasse mesmo.


Nas noites que se seguiram, sonhei com ela. Em dois desses sonhos, recebi pedras: jade e olho de gato. Um ano depois, fui presenteada exatamente com essas pedras no plano físico. Em outro, ela me deu espadas e um novo corpo — mais esculpido, forte. Logo depois, comecei a estudar Goetia e outras vertentes mágicas. Elas se tornaram as espadas dos meus dias.


Pouco tempo depois, meu cabelo sofreu um corte químico e emborrachou em 80%. Achei que tudo estava perdido. Mas, em um mês, ele se recuperou completamente. O tipo de milagre que só pode ser saudado com um: Ágios Babalon.


Em mais um sonho, ela me mostrou um homem — alguém de outras vidas, meu karma vivo. E de fato, reencontrei esse homem. A partir daí, minha travessia pelo abismo se acelerou. Ela me jogou no mundo, me despiu das ilusões, me queimou para me refazer.


Depois disso, seu número passou a me encontrar em todos os lugares. Em placas, relógios, senhas. Era o sinal: ela estava comigo. Sempre esteve.

Essa foi a minha primeira dança com Babalon — e jamais deixei de dançar.



 
 

O que seria do mago se não queimasse os próprios dedos?

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