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Traição ao Potencial: A Ilusão da Segurança na Magia

  • Foto do escritor: Aurora Oliveira
    Aurora Oliveira
  • 24 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

A magia, em sua essência, não é por si segura, nem deveria ser. Conforme Jake Stratton-Kent descreve em Geosophia, os métodos verdadeiramente transformadores não se acomodam às limitações atuais da tradição, nem se restringem a práticas que apenas simulam progresso sem ousar ir além. A segurança, tão buscada por muitos, é o maior obstáculo para o mago que deseja avançar, tanto em sua jornada pessoal quanto no legado que deixará para futuras gerações.

O medo de "queimar os dedos", de enfrentar riscos reais e de se expor ao desconhecido, resulta em estagnação. Para Stratton-Kent, o mago que evita essas experiências não apenas falha em crescer, mas também trai o potencial evolutivo da arte mágica. Ele denuncia a complacência de muitas Ordens mágicas, com suas hierarquias, graus e rituais rígidos, considerando que essas estruturas frequentemente mais limitam do que capacitam. "A iniciação nelas é mais um estorvo do que uma vantagem," afirma ele, apontando que o verdadeiro poder não reside em títulos ou símbolos externos.

A verdadeira magia, como Stratton-Kent conclui, não está no quadrado — um símbolo de limitação e conformidade —, mas no círculo, que representa o infinito, a conexão direta e a vivência plena. O círculo é o espaço onde a prática mágica se manifesta com autenticidade, sem amarras, sem medo, apenas com a coragem necessária para explorar, errar e crescer.

Esse chamado para ousar e experienciar é um lembrete de que a magia exige mais do que repetição; exige transformação. Queimar os dedos ao controlar o fogo não é um erro, mas uma etapa indispensável para aqueles que aspiram compreender, expandir e viver a arte em sua totalidade.


A magia verdadeira vive no limiar entre o conhecido e o desconhecido, onde o conforto se dissolve e dá lugar à descoberta. Não se aprende a controlar o fogo evitando sua luz ou calor; é preciso estender a mão, aceitar a queimadura e ouvir o que as chamas têm a ensinar. A prática mágica é, por natureza, um ato experimental.

Experimentos são o coração pulsante da evolução mágica. Eles desafiam dogmas, rompem com a tradição estática e abrem caminhos para novas compreensões. A cada tentativa — bem-sucedida ou não —, o mago constrói uma ponte entre o que é e o que pode ser. Errar é tão vital quanto acertar; ambos são partes do mesmo ciclo de aprendizado.

Deixe o medo de falhar ser consumido pelo desejo de explorar. Crie novos sigilos, evoque entidades de maneiras inéditas, reimagine os rituais sob uma perspectiva pessoal. Questione o que lhe foi ensinado, experimente misturas incomuns de energias, métodos e ferramentas. O que pode parecer um erro pode se revelar uma chave para portas que ainda não foram abertas.

A magia não cresce no silêncio das repetições, mas na cacofonia dos testes ousados. Se o mundo mágico parece previsível, é um sinal de que está na hora de arriscar mais. Dê vida aos seus próprios métodos. O fogo pode queimar, mas também purifica e transforma.

Não há progresso sem risco. O mago que experimenta não apenas constrói sua própria sabedoria, mas pavimenta o caminho para que outros também avancem. Atravesse o círculo, toque as chamas, e descubra que o verdadeiro poder reside em sua capacidade de criar o novo e desafiar o impossível.


Por Aurora.

 
 

O que seria do mago se não queimasse os próprios dedos?

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