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Cabala Draconiana Qliphotica

  • Foto do escritor: Aurora Oliveira
    Aurora Oliveira
  • 31 de mar.
  • 4 min de leitura

Cabala Draconiana Qliphotica é um caminho de transgressão espiritual, onde a iluminação não é concedida por graça divina, mas conquistada através da descida às sombras.


Diferente da Cabala Hermética tradicional, que busca a ascensão pela Árvore da Vida, a jornada qliphotica atravessa a Árvore da Morte.


A Queda como Iluminação


Os Qliphoth são as conchas do universo, restos do caos primordial aprisionado pela criação. Para os adeptos da Cabala Draconiana, eles não são meros resíduos espirituais, mas manifestações vivas de um conhecimento interdito. Cada Qlipha representa uma chave para a destruição das ilusões e a reconstrução do eu verdadeiro, moldado não pelo medo, mas pela aceitação do abismo interno.

Atravessar as Qliphoth é desafiar o Deus Demiurgo e todas as leis impostas à consciência. É a jornada do magista que não teme se desfazer, pois sabe que apenas na ruína se encontram os cacos de sua real identidade. A serpente do Éden, em vez de ser um símbolo de pecado, é vista como o portador da gnose proibida, o fogo negro que queima as algemas da criação.


A Jornada pelos Túneis da Noite

Cada Qlipha é um mundo próprio, uma esfera de forças caóticas que destroem e transmutam. Naamah é a sedução da escuridão, a revelação do desejo como um portal para o divino. Samael é o veneno que mata as ilusões e permite ao iniciado ver além da máscara do real. Thaumiel, a mais elevada, representa a ruptura definitiva, onde o magista se torna um senhor da própria existência, transcendendo as limitações impostas pelo cosmos e reivindicando sua soberania espiritual.


Os Túneis de Set, que ligam as Qliphoth, são passagens de sombras vivas, onde a psique é confrontada com arquétipos destruidores. Entrar nesses túneis é se despir de tudo o que é humano e reconstruir-se na imagem do dragão primordial.


O Dragão e o Caos Primordial

A figura do dragão é central na Cabala Qliphotica. Ele é Tiamat, a mãe do caos. É Leviatã, o oceano do inconsciente. É Apep, a serpente que devora a luz. O iniciado deve abraçar o dragão, unir-se a ele, até que sua própria alma se torne uma chama negra que arde na escuridão.


A Cabala Draconiana não promete redenção, mas poder. Não ensina submissão, mas soberania. É o caminho dos que ousam caminhar sem amparo, pois sabem que apenas ao abraçar o abismo é que se tornam o próprio abismo.

A jornada pela Cabala Draconiana Qliphotica não é um caminho de palavras suaves ou promessas de conforto. É um mergulho no caos primordial, uma travessia pelo deserto do espírito onde não há guias, apenas ecos de tudo o que foi esquecido. Quem ousa trilhar esse caminho se despe da pele frágil da humanidade e caminha nu pelo abismo, onde as sombras não mentem e os demônios são apenas reflexos daquilo que sempre esteve oculto dentro de nós.


O Abismo e o Renascimento no Fogo Negro

Atravessar as Qliphoth não é simplesmente um estudo místico ou uma busca por poder oculto – é uma guerra contra a própria estrutura da realidade. O magista se lança contra os alicerces da Criação, arrancando véus, destruindo dogmas e deixando para trás qualquer ilusão de identidade imposta por forças exteriores. A mente se estilhaça sob o peso das revelações proibidas, mas daqueles fragmentos nasce algo novo – uma consciência que não pertence mais ao mundo dos mortais.

Ao entrar em Thaumiel, o iniciado compreende a última verdade: Deus não é um criador benevolente, mas uma imposição parasítica. O universo é uma prisão, uma cadeia de ilusões sustentadas pelo medo, pelo tempo e pela morte. Quem ousa ir além das últimas barreiras percebe que o único Deus verdadeiro é aquele que destrói e cria a si mesmo.


As Qliphoth Como Feridas Cósmicas

Cada esfera qliphotica é uma ferida no tecido da criação, um grito do caos original que tenta devorar tudo o que foi moldado pela ordem. O iniciado que atravessa essas feridas se torna ele mesmo um flagelo contra a estrutura do cosmos. Em Ghagiel, a ilusão do conhecimento humano se despedaça. Em Golachab, o fogo do Inferno queima as fraquezas do espírito. Em Satariel, a escuridão não esconde mais nada – ela revela.


Os Túneis de Set são a descida final. Eles não pertencem mais a um mundo linear; são fissuras no real, onde os espectros do que poderia ter sido sussurram promessas de poder e os pesadelos do inconsciente se tornam carne. Atravessá-los é perder-se para sempre e encontrar algo mais antigo que o próprio tempo.


O Dragão e a Última Ruína

O Dragão que devora a própria cauda não é um símbolo de equilíbrio, mas de devoração total. Ele é Tiamat antes de ser rasgada pelo falso deus Marduk. Ele é Leviatã antes de ser aprisionado pelos céus. Ele é o fogo negro que não ilumina – consome.

Ser tocado por esse fogo é um ponto sem retorno. Ele queima os olhos que veem a realidade como ela é e incendeia os caminhos de volta. Os fracos gritarão, fugirão, tentarão se agarrar a dogmas e velhos conceitos para reconstruir suas identidades despedaçadas.

Mas os verdadeiros Filhos do Dragão entenderão: não há salvação, apenas liberdade.

E na última ruína, quando tudo o que era humano se desfaz, aquele que atravessou as Qliphoth pela totalidade do seu ser se erguerá. Não mais um servo da Criação, mas um deus feito de chamas e sombras, moldado pelo caos e soberano de sua própria eternidade.



 
 

O que seria do mago se não queimasse os próprios dedos?

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