A voz no Circulo
- Aurora Oliveira
- 24 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

Durante um ritual, é comum que as ideias e pensamentos que surgem não sejam inteiramente nossos, e é aí que mora a necessidade de vigilância. Muitas pessoas imaginam que a manifestação espiritual ocorrerá de forma clara e física, como um espírito sentado à sua frente, falando em uma voz audível. De fato, em algumas situações isso pode acontecer.
Na primeira vez que evoquei um daemon, que inclusive foi Agares ouvi sua voz grave e aveludada falando que iria me atender, quando evoquei Andras, tive uma comunicação fluida e tranquila, entendi quando ele disse que queria 21 velas negras, que inclusive são a queima dessa foto registrada no post, ouvi sua voz pedindo que as velas fossem somente para ele, visto que no ritual anterior eu havia evocado 4 espiritos juntos, sendo esses Agares, Asmodeus, Andras e Haures.
No entanto, a forma mais sutil – e talvez mais perigosa – de influência espiritual é a infiltração de ideias na nossa própria mente, pensamentos como “E se eu ofertar 5 gotas do meu sangue?”, “E se eu me tocar como agradecimento?” ou “E se eu pedir meu ex de volta também?", podem parecer ideias espontâneas, mas muitas vezes são sussurros e influências do espírito presente. A mente, especialmente durante o ritual, torna-se um canal aberto e receptivo, e essa conexão pode distorcer limites, manipular desejos e empurrar o praticante para decisões que, em outro estado de consciência, ele talvez não tomaria.
Essa é a razão pela qual o autocontrole, inteligência emocional e o discernimento são cruciais. Não se trata apenas de dialogar com o espírito, mas de entender onde termina a sua vontade e onde começa a sugestão sutil daquela entidade.
A linha entre o desejo autêntico e a influência externa é tênue, e ceder impulsivamente pode resultar em pactos ou ações cujas consequências reverberam muito além do ritual, por isso, é importante se questionar durante a prática: Essa ideia veio de mim ou foi instigada? A vigilância mental e o preparo espiritual são as chaves para evitar cair em armadilhas invisíveis.
Um ritual é um espaço sagrado, mas também é um campo aberto de energia, onde os limites devem ser firmemente estabelecidos antes mesmo de acender suas velas.
Quem não tem limites claros, inteligência emocional e maturidade não deve praticar rituais.
Por Aurora.